segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Despedida


Autora:Martha Medeiros

Existem duas dores de amor
A primeira é quando a relação termina
e a gente,seguindo amando,tem que se acostumar com
a ausência  do outro,com a sensação de perda,de rejeição
e com a falta de perspectiva.
já que ainda estamos tão embrulhados na dor,
que não conseguimos ver  luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar
a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos
e abraços,a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas quando essa dor passa,começamos um outro ritual de
despedida:
A dor de abandonar o amor que sentíamos.
a dor de esvaziar o coração,de remover a saudade,de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa,dói também...

Na verdade,ficamos apegados  ao amor tanto quanto a pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir desprender de alguém,
E que sem se darem conta,não querem se desprender.
Aquele amor,mesmo não retribuído,tornou-se um souvenir,
lembra de uma época bonita que foi vivida...
Passou a ser um bem de valor inestimável,é uma sensação a qual
a gente se apega.Faz parte de nós.
Queremos,logicamente,voltar a ser alegres e disponíveis,
mas pra isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por
muito tempo.
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor amena,quase imperceptível.
Talvez,por isso,costuma doer mais que ''dor-de-cotovelo''
propriamente dita.É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira,mas já é outra,
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais,mas
interessa o amor que sentíamos por ela,aquele que nos justificava como
seres humanos,que nos colocava dentro das estatísticas:''Eu amo,logo existo''.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma historia que terminou,
externamente,sem a nossa concordância,
mas que também precisa sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar,de novo.













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